sábado, 8 de março de 2014

Sonhos na estação



“ Maldita Super via… Maldito salto alto fazendo esse barulho fazendo me sentir uma égua galopando.. Malditas três pessoas na estação para esperar o trem comigo. Agora que chego mais perto vejo.. Malditos três homens na estação, três malditos homens lindos. Malditos três homens lindos me olhando.. Oque faço agora? Porra! que vergonha. Essa coisa de salto e pretinho básico e cabelo solto da certo mesmo. Melhor parar aqui perto deles mesmo pra não ser assaltada… Merda por que eles me olham tanto… Por que estão tão perto… por que esse cara está pegando minha mão, que olhar safado.. porra me arrepiei - Oi Leona! Você está linda… Posso te fazer companhia . Não sei oque falar e os outros dois também estão mais perto.. Também falam comigo. Não sinto medo, não parecem querer me fazer mal.. Me sinto viva pra falar a verdade.. Me sinto mais viva do que nunca. Mas oque fazer? Não posso escolher nenhum dos três, melhor me afastar aos poucos chegando pra trás devagar.. Isso deu certo, eles ficaram.. Mas tem alguma coisa errada.. Por que eles etão olhando assim.. Parei, paralisei , senti um frio na espinha, tem alguém atrás de mim.. sinto a respiração e fico sem a minha .. Ahh! me segurou.. Me arrepiei toda de novo, agora com mais intensidade.. Não tenho como reagir e os três não me ajudam, só observam.. Quando percebo já estou dominada.. entregue aqueles braços me acariciam e percorre cada ponto sensível do meu corpo.. Já não vejo nem ouço, só sinto.. Algo que me faz arder, que me faz..” Acordar… Era terceira vez que Leona tinha o tal sonho, sendo que na hora H a pessoa mudava, primeiro foi um artista de TV e depois pessoas conhecidas, mas das três vezes acordou completamente dominada por aquele caldeirão de desejos e sensações. Ela levanta e se arruma como todo dia pela manhã, mas decide pelo pretinho básico e o salto alto hoje.. Vai que dá sorte - pensou -  chegando na escola foi elogiada pelas colegas de trabalho e ouviu gracinhas dos alunos e como sempre respondeu a altura.. Se sentia muito bem. A muito não se sentia tão sexy. Chegava então o fim do dia.. Hora de ir pra casa descansar e preparar a aula do dia seguinte. Chegando no ponto de ônibus descobre que os rodoviários entraram em greve e pessoas esperavam a duas horas. Não pensou duas vezes em se dirigir a linha do trem.. Mas quando lembrou das suas noites de sono estremeceu.. Mesmo assim continuou, Bobagem - pensou.. Chegando na estação haviam algumas pessoas espalhadas pela plataforma.. Um alívio - Umas velhas tentavam converter um grupo e ela se afastou.. Ficou perto de um homem que estava mais afastado, olhou para a lua e respirou fundo olhou para o outro lado e mais dois homens se aproximavam.. Sentiu medo e foi se afastando mesmo sem que eles olhassem pra ela.. Mas sem perceber foi se afastando pra parte vazia da estação.. Os três homens olharam e ela paralisou.. Sentia e ouvia uma respiração, estava paralisada, dominada, entregue aos seus sonhos...

(Quer ver sua história ou sonho virar um conto??? Mande para ivan_cmb@hotmail.com)

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Lançamento do livro Tributo ao ridículo

Primeiro gostaria de agradecer a todos que acessam meus blogs e sempre estão dando uma espiadinha.
No dia 25 de Setembro de 2013 realizarei um sonho e gostaria de compartilhar com vocês. O lançamento do meu livro "Tributo ao ridículo" que são alguns textos dos blogs e mais um monte de textos inéditos.
 Gostaria de convidar todos os amigos do blogger a comparecer no lançamento.
Quem curtir a ideia pode confirmar presença aqui nesse post no facebook
http://www.facebook.com/events/300611716750699
Aos que estão longe podem adquirir o livro no site da editora a partir da data de lançamento
http://www.editoramultifoco.com.br/

Um grande abraço =D

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Memórias de um amor destrutivo.



Ela me ligou a tarde..   
Estou comprando seu livro... Mais tarde quero que venha buscar.

Na noite anterior nós havíamos dado um basta nessa situação...  Mais uma vez.
Fui determinado a buscar meu livro e voltar pra casa feito um cachorro ingrato que pega o pedaço de bife e sai correndo olhando de lado mas no fundo sabia que seria bem diferente. O ônibus até que não demorou dessa vez e logo estava no bairro dela , liguei.
 - Onde você está - Perguntei.
 - Estou no McDonald - disse ela.
 Então fui caminhando até lá, atravessei toda a lanchonete e nada dela.. Quando saio na outra porta a vejo do outro lado da rua, com aquele sorriso lindo, acenando pra mim, sentada na mesa de bar com uma cerveja gelada. Estava com uma amiga...E que amiga...Cheguei meio sem jeito mas tentei disfarçar, distrair imaginando como sou sortudo de poder me sentar com duas mulheres lindas em uma mesa de boteco e uma delas ainda ser minha. Cumprimentei a amiga e me virei pra ela, linda como sempre, com aquele sorrisinho safado. Não sabia como agir, acho que nem ela.. demos um beijo no rosto, na testa e logo deixamos de cerimonia e nos beijamos na boca. Ela logo puxou o livro e me deu, foi como uma surpresa.. Queria muito esse livro, acho que a felicidade estampada em meu rosto dava pra ser vista a quilômetros. Era o livro "Mulheres" do velho Bukowski, como era de se esperar, já ao abrir o livro vem o primeiro tapa na cara com a seguinte frase "muito cara legal foi pra debaixo da ponte por causa de mulher." Só me restou rir mais um pouco... Bebemos duas cervejas e comemos amendoim com a felicidade de quem come a lasanha e a sobremesa da mamãe na manhã de domingo.. Conversamos sobre tudo que se conversa em uma mesa de bar.. Estudos, trabalho, amor, filosofia, psicologia e a boa e velha putaria.. Nada melhor que conversar um pouco de sacanagem de forma despreocupada e despudorada... Fomos ao encontro de outros amigos, conversamos um pouco e logo partimos pra casa dela. Antes de deitar não foi diferente, nosso ritual pré cama que rolava no banheiro nos preparando pra dormir e conversando sobre tudo.. Acho que um dia poderíamos pensar e escrever um livro só com as conversas de banheiro. Fomos para o quarto e mais uma vez fiquei em transe com aquele corpo lindo a minha frente que se arrepiava e contorcia ao mais leve toque... Me empenhei em dar todo prazer que ela merecia naquela noite, que talvez não deveria estar acontecendo... No dia seguinte me levantei lentamente para não acorda-la.. Mas ela quase sem conseguir falar, perguntou.
-Já vai a essa hora?
-Tenho que resolver uns problemas em casa, podemos nos ver mais tarde? -Falei
-Sim! nos veremos mais tarde. - ela respondeu quase sem abrir os olhos.

Dei um beijo na testa e um nos lábios e fui embora...

domingo, 18 de março de 2012

288




   ... Walter! Walter! Na escuta?Da uma olhada no vestido dessa morena.

   _ Nunca imaginei que ela pudesse ter tal habilidade... Logo eu, que sempre me achei tão esperto, sentia me como uma criança entre lobos_

    
    Kali apesar de seu jeito complicado e sua personalidade forte sempre foi uma ótima companheira, amante, namorada e amiga. Gostava de sair para dançar com as amigas, aliás amigas inseparáveis, com uma afinidade fora do comum de se comunicar apenas com o olhar os gestos de sobrancelhas, apenas um segundo e todas olhavam para o mesmo ponto ou simplesmente caiam na risada, como se a piada mais engraçada fosse contada apenas com um piscar de olhos. a partir daí conheci o verdadeiro significado da expressão Lobo em pele de cordeiro.




    Kali sempre saia para as compras com as amigas, sempre trazia as melhores maquiagens, chocolates, roupas e tudo mais que gostava. Elas se reuniam após as compras e dividiam o conteúdo das bolsas. As vezes achava estranho que juntavam e misturavam as compras, maquiagens de uma na bolsa da outra, chocolates de outra espalhado na bolsa de outras duas... Coisas de mulher, pensava... Até que um dia minha pequena  me chama para irmos as compras naquela mesma rede de lojas para comprarmos coisinhas para comer no cinema. Pediu para escolher o que quisesse e passasse para ela, assim o fiz. Entre uma estante e outra ela me olhava com um risinho meigo e piscava. Quando chegamos na fila ela só tinha um pacote de biscoito em mãos, não entendi o motivo pelo qual tinha deixado tudo que escolhemos, também não questionei de imediato, passamos no caixa e pagamos as coisas. Na saída ela reduziu o passo no corredor, logo depois acelerou e largou a minha mão, ao mesmo tempo saia uma senhora com uma bolsa enorme, as duas passam juntas o alarme toca e ela da aquele mesmo risinho e piscada para o segurança que desnorteado, pára a senhora e pede para ver a bolsa. Perguntei o que havia ocorrido, estava irritado, ela me deu um beijo, apertou a minha bunda e falou que me amava. Fomos para o cinema, sentamos e de repente no meu colo surge tudo o que tinha escolhido. Fiquei sem reação, começamos a rir e um quebra-cabeça foi se montando na minha mente e foi aí que o filme começou... 
   


   

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Ametista




Toca o celular, ela estica o braço tateando a mesinha, sem quase abrir os olhos e atende...

Uma bela tarde de domingo começava, o dia ensolarado, uma leve brisa refrescante, pássaros cantando, nem o barulho dos carros ousaram estragar um dia tão lindo. Aquela cama aconchegante, que já tinha a marca do corpo pequeno e delicado e o envolvia quase que como um ninho, com seu blusão de dormir e uma calcinha de algodão de bichinhos, exibiam as formas bem desenhadas e sensuais, tão bela com seu cabelo escuro e brilhante, levemente ondulado caindo no rosto. Deixando aparecer apenas aparecer seus lábios lindos daqueles que fica impossível não sentir uma incontrolável vontade de beijar.  Do outro lado da cidade a curiosidade fez com que dedos inquietos ao invés de roer as unhas, discassem no telefone o número que ditaria como seria aquele domingo. João acordou bem cedo, praticou suas meditações em busca da tranqüilidade que a semana que passou não lhe proporcionou, ajeitou suas coisas, arrumou a casa e não se contendo , ligou para Ametista. A voz serena, um pouco rouca, de quem acabou de acordar desejava-lhe um bom dia enigmático, mas que logo em seguida transformou-se em palavras doces. Combinaram de ir à praia fim de tarde e Ametista voltou a dormir para recuperar o sono perdido da noite anterior, que após uma semana isolada e mergulhada em um lapso de tempo entre passado e futuro, voltava a ver o rapaz, que dessa vez não se permitiu mergulhar nas profundezas do limbo de suas próprias tristezas. Quando Ametista resolveu levantar da cama e acordar para o dia que gritava feliz lá fora, João já se refrescava com uma cerveja e bons papos de botequim, enquanto sua mão escorregava no bolso segurando o celular na espera da ligação de dela. Fim de tarde na praia, o sol já preguiçoso se preparava para se esconder atrás dos prédios, o vento que já gelava a pele um pouco além do que deveria, mas não intimidou Ametista que logo foi tirando a roupa para ficar só de biquíni, aquela cena que tantas vezes já se repetiu na frente de João, sempre lhe dava um nervoso, como se fosse a primeira vez, não deixava de reparar cada curva, cada detalhe daquela pele delicada, linda, macia que lhe deixava sempre hipnotizado. Assistiram ao pôr-do-sol deitados na areia, entre carinhos, beijos e palavras doces, boas conversas sobre tudo. A noite se aproximava e então foram pra casa de João, então as tensões, de uma semana distante, de repente somem entre braços e pernas entrelaçados, beijos e carícias, olhares, respirações, o calor da pele tudo era muito mais que fazer amor, talvez inominável. Onde dois se tornam um único corpo, uma única alma, sem vaidades, ciúme, medos, disputas e egoísmos. Onde se completam de forma mais plena e de apenas olhar nos olhos já dizem tudo um para o outro. O fim de noite se aproxima e Ametista tem que partir para casa, Como sempre João a levava. No ônibus sempre ouviam música, falavam pouco, a comunicação era tátil, com afagos, carinhos ou simplesmente segurando as mãos. Chegando próximo a casa dela comeram pizza e beberam Chopp, conversaram, brincaram, deixando a sensação de que todos os dias pudessem ser como aquele Domingo, onde a felicidade esquece os problemas e impedimentos. Talvez pela primeira vez tivessem vivido um dia no presente, sem se preocupar com o ontem ou amanhã. E da forma mais plena até aquele momento, viveram o “hoje” intensamente. Essa estava longe de ser uma simples e feliz história de amor...   
[continua]

domingo, 3 de julho de 2011

Caroline [parte 2]


Chega quarta-feira, meio da semana, dia de uma cervejinha para relaxar...
Nos dois dias anteriores, Ralf fez questão de ignorar Caroline. Passava em frente à loja em que ela trabalhava, sem olhar, tentando manter um sorriso no rosto, transbordando uma aparente alegria, que Carol percebia claramente que era para provocá-la. A moça decide então ir até o barzinho aonde o pessoal se reúne as quartas para uma cervejinha, passando antes em casa para se produzir, mais uma vez se arrumando de forma irresistível, hoje era dia de acalmar a fera. Chegando ao bar ela cumprimenta todos a mesa, com um abraço especial em Ralf, sentindo seu perfume e dando um beijo bem carinho no rosto dele, que não demonstra muita coisa a não ser um olhar reprovador com um sorriso de canto de boca, como quem diz: Você me paga. Marcos, um grande amigo de Carol, que estava sumido faz tempo estava presente, então os dois conversam sem parar, colocando o papo em dia, volta e meia, Ralf olha pra moça de rabo de olho, observando sua conversa com o amigo, observando como estava linda, seus cabelos cacheados soltos que ele tanto adora, mas definitivamente não arriscaria uma investida em Carol naquele momento, depois do episódio do fim de semana. Chegada a hora de ir embora ele a observa de longe, mas a moça ousada como sempre, resolve provocar mais um pouco, chega nele de mansinho, com olhar de desejo observando cada detalhe e puxando Ralf pelo braço diz:
─ Quero falar com você!
Ele mais uma vez com aquele olhar de quem quer vingança, mas prestando atenção nela, responde:
─ Você acha que ainda tenho alguma coisa para falar com você? Hunf.
Ela segura mais forte o braço do rapaz, puxando-o levemente em direção a ela, olhando para os lábios dele como quem deseja provar a fruta mais gostosa do mundo e fala:
─ Não precisa falar nada, existem coisas melhores do que isso, não acha?
Então solta o braço dele, da um sorriso e um beijo no rosto e completa:
─ Mas já que você prefere falar, ou não falar, tudo bem, respeito isso!
E vai embora.
Mais uma vez estava Ralf sem ação diante das atitudes daquela que consegue desmontar todas as suas defesas com um piscar de olhos.

sábado, 25 de junho de 2011

Caroline



─ Sex on the beach, por favor!
Assim Caroline começa a noite, um drink gostoso, um belo vestido vermelho de alcinha, com o estratégico palmo e meio da cintura, os belos cabelos cacheados com um castanho brilhante, cheirosos, lindos! Armada com o sorriso no rosto e uma missão...
Era comum nas noites de sextas-feiras sair com os amigos de trabalho do shopping. Mas esse dia era especial, Ralf estava certo que a noite era dele, que a mais bela entre todas era só dele depois da semana de olhares, sorrisos e indiretas. O rapaz era do tipo pegador, caçador, que sempre conseguia conquistar as mocinhas com seu jeito sedutor, sempre arrumado e perfumado, cheio de atitude, nada abalava sua auto-estima, confiança, status... O típico garanhão. Só que dessa vez quem estava na mira era Caroline, não era qualquer garotinha. Foi então que o caçador virou a caça. Todos dançavam e se divertiam tomando seus drinks, Ralf não tirava os olhos de Caroline que dançava sem parar, o mundo era só dela naquele momento, todos paravam para ver a bela da noite, vez em quando algum aspirante a pegador tentava chegar na moça... Sem sucesso. Ela esperava por Ralf, esperava aquela atitude que ele tanto se orgulhava, olhava de rabo de olho só para provocar. Ela acaba se distanciando, vai para o meio da pista e abrem uma roda a sua volta, foi então que o rapaz não se agüentando mais, vai em direção a moça, era tudo que ela queria. Carol olha para ele, da uma piscadinha com aquele ar de satisfação e apóia-se no queijão... Tal como filme dois rapazes chegam e ajudam a moça a subir e ela vai para a barra. Pole dance era uma de suas armas secretas para aquela noite. Assim que sobe uma multidão fecha o caminho de Ralf que observa atrás, sem jeito, sem chão, sentindo algo que talvez até pudéssemos chamar de raiva. Caroline da um show e dança como nunca...  Sensual, doce, provocante, apimentada. O rapaz nessa hora já está sentado, com sua vodka, observando com cara de poucos amigos, então Carol decide que é hora do cheque-mate. Pede ajuda a um moreno alto, o que mais chamava a atenção dela no meio da multidão que cercava o queijo. Ele a pega no colo, passa com ela na multidão e a leva até próximo a mesa aonde se encontravam os amigos e Ralf. O moreno coloca a moça delicadamente no chão e a segura nos braços novamente dando-lhe um beijo de tirar o fôlego até de quem vê. Ela pega seu drink na mesa olhando com um sorriso provocante para Ralf, bebe um gole e volta para dançar com o restante dos amigos que só comentam sobre a bela performance que acabaram de ver. Ela agora só queria saber de dançar e se divertir com seus amigos, sua missão já estava cumprida, Ralf estava desarmado, como diz a música “nu com a mão no bolso”, estava pronto para cair nas mãos de Caroline...

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Sigel




Mais um dia cansativo acaba...
Enfim ela sente o aconchego do seu lar... Suspira profundamente. Tira os sapatos que lhe torturaram os pés desde cedo, joga a bolsa no sofá, vai até a cama e se joga... Desmoronando junto aquela aparente força que fez com que parecesse bem o dia todo perante as pessoas. Agora estava só, aqueles belos olhos verdes poderiam alagar sem problemas, os cabelos que lembravam raios de sol numa manhã de domingo já podiam ser bagunçados pelas delicadas e pequenas mãos inquietas. Aquela cama que outrora pareceu pequena demais para dois corpos em chamas agora era um vasto campo a ser superado. Um campo que trazia a memória um passado feliz. Agora lhe parecia que aquele campo queimava o alvo e delicado corpo a cada lembrança que vinha a tona. Ela levanta e vai até a janela, apóia-se e respira fundo enchendo o peito de esperança, observa cada luz acesa em cada janela dos prédios a sua frente, imaginando quantas pessoas estavam agora com seus amores e quantas estavam como ela, sofrendo pela falta do amor que foi embora. No banho sente a água valar-lhe não só cada detalhe de seu lindo corpo de uma feminilidade incomparável, mas também lhe purificava a alma pacificando os pensamentos. Ela sai do banho, coloca uma regata e uma calcinha e vai conferir seus emails. Os grandes olhos verdes buscam qualquer notícia que pudesse te fazer sorrir, mas nada acham, no Messenger os mesmos abutres que não perdiam uma só oportunidade de tentar as mesmas velhas cantadas de fim de carreira que já te dava nos nervos, então em uma rede social vê uma frase interessante que te faz refletir, sorrir “Troco meu coração por um fígado”, Ela então vai até o intermediador daquela mensagem... Era Hati, com quem não tinha muito a falar, conhecera por um acaso na própria internet através de uns contatos, mas nunca trocaram muitas informações. Hati às vezes mandara umas mensagens, mas nada que despertasse o interesse de Sigel. Mas que mal tinha conversar um pouco? Talvez essa filosofia de louco tivesse algo de interessante a lhe oferecer. Ela então começa a conversar com o rapaz... A conversa flui descontraída, falam sobre tudo, amores e desamores, vida, paz, fotografia e qualquer coisa que acabasse em boas reflexões. Riam até não poder mais, por coisas bobas, engraças. Sigel vez em quando quase se jogava para trás, parava para recuperar o fôlego de tanto rir... Não mais havia tristeza naquele lindo rosto com a delicadeza de uma rosa desabrochando. Na hora de dormir ela evitou sua cama deixando-a para as lembranças apenas. Resolveu dormir na rede, olhando as estrelas através da varanda. Ainda doía-lhe o peito, as feridas ainda estavam lá... Mas sorrir é o melhor remédio para curar um coração partido.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Psique

A porta do taxi abre... Primeiro sai o Allstar preto, seguido do simples vestido azul até a canela, depois a bolsa que não combinava com nada, logo os cabelos castanhos, lisos, com cachos nas pontas e por ultimo o olhar verde-esmeralda de Psique, por um momento o tempo parou pra contemplar singela beleza desajeitada.
Ela adentra o salão com a determinação de quem está certa do que quer... Cumprimenta os amigos e se coloca em seu posto. A felicidade toma conta de seu peito, a partir daquele momento todos os problemas se vão... Aquele lindo corpo esbelto, violão, da chamada típica carioca, agora se resumia ao puro prazer de dançar sem parar.
Foi então que Loki, tão distante e desatento, como nos últimos dias, percebeu aquele olhar de uma pureza perturbadora, que fez engasgar com a cerveja, tamanho o impacto da presença dela e os olhares cruzaram mais três vezes em questão de segundos, ela sempre desviava o olhar vagarosamente, deixando o rapaz com as mãos frias. Psique se destacava no meio da multidão com seu jeito livre, descontraído e sensual de dançar. E muitos chegavam ao pé do ouvido da moça, sem sucesso, mas com a satisfação de sua simpatia.
Então Loki vê que um amigo conversar com a moça, vê uma chance ali de se aproximar de forma mais natural. Ele fala com o amigo que imediatamente leva-o até a moça e a apresenta... Ele se apresenta primeiro para a amiga de Psique, tentando camuflar seu desejo na moça. Depois vai até ela dando dois beijos no rosto, apreciando cada segundo de contato com sua pele macia. Loki então percebe que seu amigo já havia saído de perto. Em fração de segundos o rapaz pensa em estratégias, falas e qualquer coisa que lhe pudesse fazer destacar ante aos outros interessados... O que o faz ficar com cara de bobo, olhando para o nada, perto da moça... Psique apesar de curiosa continua dançando e esperando uma provável investida da parte dele, já preparando para dispensá-lo educadamente. E então ele faz o inesperado... Pede gentilmente para falar com ela, que sorri, bebe mais um gole do seu drink que umedece seus lábios de um traço delicado e hipnotizador como que pintado por Dali, e então se aproxima... Ele pára por mais uns segundos, atônito! Contempla cada detalhe de sua pele alva e macia, seus cabelos que agora presos evidenciam aquele lindo pescoço, desperta o desejo quase que incontrolável de beijá-lo. Assim... Sentindo o perfume e o calor da pele de Pisque, Loki tocando seus lábios no ouvido na moça, diz:
─ Como percebeu, estou te observando a noite toda, não consegui que fosse diferente, pois você é encantadora. Mas não vou falar demais, só não poderia sair daqui hoje sem conhecê-la. Espero em outra oportunidade poder conversar, conhecê-la melhor.
Ela sorri e olha fixo nos olhos dele, bebe mais um gole de seu drink que deixa seus lábios gelados e então ela se aproxima encostando-os no rosto do rapaz, próximo a orelha, fazendo com que se arrepie e com sua voz serena, diz:
─ Lógico que podemos! Assim você verá que realmente sou encantadora.
Os dois sorriram e mais uma vez os olhares falavam mais do que qualquer palavra. Sabiam que naquele dia só restava se entregarem as vibrações sonoras para se desconectarem de seus problemas, cumprindo assim o objetivo daquela noite. Voltaram para junto de seus amigos... Dançaram até não poder mais.